quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Antes de tudo é preciso ter a consciência do seguinte: Não devo me perder por uma outra pessoa, nem vê-la perder-se em mim. Conhecemos sempre alguns momentos de comunhão em reencontros e mesmo nos desencontros na certeza da volta aos corações. Fazer companhia pelas estradas da vida permanecendo atentos um ao outro, com posturas mútuas de ternura, afeto, carinho e calor humano. Compartilhar coisas boas e coisas ruins, posto que estes momentos vão compor a grande arquitetura da “reengenharia consciencial” de cada ser humano. A busca inquieta por um amor que se limita unicamente a curar nossa projeção de medo e culpa, de nossa solidão assaz, condena-nos a ficarmos sós. Não espero de ninguém que me dê vida e alegria, paz e quietude. A forma fora de nós mesmos, no Outro, na “Outridade” não precisa e não deve ser a motivação de nossa paz interior, de nossa alegria. Vivo para encontrar e reencontrar outro ser vivo. Cada um em seus vetores e construtos, em seus caminhos eleitos para uma vida inteira à frente. Que o “estar só” seja apenas a definição de ser único. Ser único a ser o que é. Reconheço-me na minha inteireza e completude antes de poder me tornar dois, antes de poder me abrir por inteiro ao Outro, na “Outridade”, de me unir com ele. Posso ser único para o Outro, mas antes preciso reconhecer minha própria unidade, minha esfericidade em mim próprio. E cada pessoa tem algo que lhe é inerente, único, que pode ser ofertado ao Outro como sendo uma dádiva, posto que somente cada um de nós pode oferecer o que de melhor temos, ou seja, NÓS PRÓPRIOS EM NOSSA UNICIDADE, EM NOSSA COMPLETA ESFERICIDADE.


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