segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Respeito nas relações amorosas


Um debate acalorado dia desses no trabalho com meus colegas de profissão acerca do mundo louco no qual vivemos, das relações amorosas e suas considerações de ordem psicoafetiva, fez-me refletir que estamos em meio a uma lobotomia cerebral. O que seria isso, afinal?! Creio que seria a nossa alienação completa aos verdadeiros valores humanos tão em desuso hoje em dia. A cultura dominante é a mecanicista e dualista, tratando as pessoas como objetos, como coisas sem importância alguma. Vejamos, por exemplo, o comportamento da maioria dos homens na atualidade com as mulheres. Tratam-nas não como pessoas, como seres humanos que merecem de nós respeito, carinho, doçura, companheirismo, cumplicidade e amizade, fraternidade e muito amor, amor eterno e incondicional, consideração e  estima. Usam-nas como objetos de satisfação de suas lascívias sexuais apenas. Mesmo aqueles homens que se casam com suas mulheres, depois eles a tratam de uma forma desrespeitosa e lamentável. São tantos os casos que conhecemos, não é assim?! Desconsideram até mesmo os filhos que foram, supostamente, frutos de um amor havido outrora...

Não amam a mulher per si, mas amam apenas o ventre dessa mulher, apenas os seios dessa mulher, a boca, as carnes dessa mulher, a bunda dessa mulher, enfim, o corpo dessa mulher. Possuem suas mulheres como se fossem “bibelôs” sexuais para satisfação das lascívias pornôs. Depois de tanto usar esse corpo para seus gozos, eles jogam esse corpo fora, ou seja, tiram essas mulheres de suas vidas sem o menor respeito por elas, pelos sentimentos delas, pelo amor sentido dessa mulher a esse homem. Saem da vida dessa mulher deixando-a sem mais nem menos, sem o mínimo de compaixão e ternura, afeto e comiseração. Não amaram suas mulheres em nenhum momento da relação. Usaram-na apenas para um propósito: comê-las! Duro dizer isso aqui?! Bem, é o que ouço no mundo lá fora, o que constato cada vez mais!

Este processo psicoafetivo aprofunda a desumanização nas relações humanas, nas relações entre homem e mulher no mundo maníaco e doido no qual vivemos. Parece ser um paradigma difícil de ser quebrado. Mas, há resistências a isso! Pessoas que procuram de alguma forma se iluminar, se esclarecer, se endireitar de uma vez por todas, homens que procuram a psicoterapia transpessoal/corporal/holística para se tronarem mais femininos (nada haver aqui com a sexualidade do homem, mas com sua sensibilidade!), mais sintonizados com os desejos e anseios das mulheres, afinal, elas merecem de nós não apenas um pênis duro, mas um coração mole e “amanteigado” em amor e afeto, ternura e plenitude do ser, dedicação total a uma relação séria e respeitosa, amabilidade e benevolência inteira e completa. Assim penso como deve ser a relação entre homem e mulher para que a mesma se apresente sadia e madura em todos os sentidos. É preciso haver esse resgate pleno da forma especialíssima de se viver a dois.

 Gostoso abraço a quem amamos!

Mas, a tradição manda e ordena a todo o momento que o homem seja homem e a mulher seja apenas mulher. Não! Isso não precisa e nem deve ser assim desse jeito O homem deve e precisa desenvolver seu lado feminino; a mulher precisa e deve desenvolver seu lado masculino no sentido de ter liberdade e plenitude de seu ser enquanto ser. É preciso ter visão dessas conexões para não cairmos no vazio das relações amorosas tão em voga e comum nos tempos atuais. Então, peça com muito carinho e diálogo ao seu amado que se torne um “homem feminino”! Mas explique-lhe o que significa ser um “homem feminino”. É ser um homem sensível e respeitoso para com os sentimentos seus, como Mulher, como ser humano. Peça-lhe ternura, sensibilidade, afetos vários; peça que ele seja digno dentro da relação, que respeite você em tudo, como filha de Deus, filha da Luz; indique a ele que seu merecimento maior nessa vida não é sofrer por amor, mas amar e não sofrer, posto que todo sofrimento por amor denota o que não seria amor pleno e perfeito entre dois seres humanos. Amor não rima com dor e sofrimento. Diga-lhe que você será toda dele e ele todo seu em plenitude, liberdade e igualdade do sentir. Relacionamento é curativo e libertário. Peça-lhe, finalmente, que vocês sejam dois num só corpo relacional, que possam estar em sintonia com o que de belo e majestoso possa advir de uma relação que deve tender sempre a ser bela e única, ímpar e eterna na experienciação de vocês dois.

Permitam-se! Permitam-se amar! Doem-se! Enfim, sejam apenas amor um ao outro, tenham apenas amor um ao outro e vivam mergulhados nessa psicoatmosfera amorosa que tantos buscam, sonham e pouquíssimos conseguem concretizar... É possível! Basta desejar e querer isso na vida de cada um. Quebrem a unidade orgânica anterior que pressupõe ver o outro como objeto de uso e descarte apenas. Não separem, não cortem e não firam o outro. Amem o seu ente amado! Sempre! 

 Há momento mais gostoso que esse?!

Um comentário: